quinta-feira, 27 de setembro de 2012

COMENTÁRIO



ANÁLISE PRELIMINAR DAS ELEIÇÕES

Se existe uma coisa que as eleições municipais não são é uma batalha entre os partidos políticos nacionais para definir um vencedor. Para estabelecer o “campeão”. Mas há quem insista em vê-las assim. Quem ache que a única coisa que importa é quantas prefeituras determinado partido “conquista”, se cresce ou cai em relação às eleições anteriores. Se, nas capitais e grandes cidades, vence ou perde. Desde agosto, quando começaram a ser publicadas pesquisas sobre as intenções de voto em uma quantidade maior de cidades, estamos vendo exemplos desse raciocínio. São as “contabilidades” - por enquanto, é claro, provisória sobre o número de municípios importantes em que cada partido “vai ganhar”.  Considerando quão imprecisas costumam ser essas projeções, tais contas, na maior parte das vezes, nada mais são que exercícios de “especulação torcedora” ou, como se diz em inglês, - wishfull thinking-. Ao invés de embarcar nelas, é melhor aguardar e ver o que o eleitorado decidiu. Mais relevante é discutir o modelo belicista que está subjacente ao raciocínio. Que visualiza as eleições - e, por extensão, a vida politica - como um combate onde só um ganha e os demais perdem. Em uma acepção puramente individualista, em que as disputas eleitorais são apenas  enfrentamentos pessoais, isso talvez seja verdade. Para o indivíduo que se candidata a um cargo político, não ter sucesso pode ser uma decepção e significar o fim de um projeto acalentado durante anos. Isso não é, no entanto, verdadeiro para os partidos políticos reais e para quem faz política em seu âmbito. Nesse caso, as derrotas e vitórias adquirem outro significado, pois são vistas em perspectiva mais ampla. Pode-se perder hoje e ganhar amanhã, sendo os fracassos oportunidades para adquirir força para embates futuros. Nas eleições deste ano, temos candidatos que exemplificam essas possibilidades. Desde os que não possuem qualquer vínculo efetivo com partidos e projetos de longo prazo, aos que atuam na política com ideologia e solidez.    
Antônio Scarcela Jorge.
*O comentarista é: Jornalista e Bacharelando em Direito

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