terça-feira, 30 de setembro de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA, 30 DE SETEMBRO DE 2014

COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE

DEVER DE CIDADANIA.

Nobres: Exercitar o voto é empenho protocolar e se restringe ao alistamento e ao comparecimento. Justificar a ausência é muito simples, tem prazo elástico dois meses e, na falta de uma explicação, paga-se a multa, que é uma ninharia. E, mesmo comparecendo, quem disse que há obrigação de votar? Há uma tecla do voto em branco e ainda pode-se anular o voto, inventando-se um número qualquer. Voto nulo ou branco é o - “não voto”-. Desde quando, então, o voto é obrigatório? Avaliamos obrigatório o nosso voto. É um dever, porque na realidade queremos votar. Usamos o “privilégio” que a Constituição confere aos cidadãos. Quem não vota sempre será governado pelos que votarem. Optar por não votar é permissividade. É entregar o ouro aos bandidos sem lutar. Nesse sentido, de uma obrigação moral e cidadã, construída pelo eleitor para consigo, admitimos, há o dever de votar. Quando se difunde que o voto é uma faculdade, um direito, uma escolha, jamais uma obrigação, nem de longe estamos desejando desestimular o comparecimento e mesmo o voto. Percebam que o ato de votar não tem o peso de uma obrigação indesejável. É bom  querer votar. É preciso querer votar. Votar conscientemente, livre de obrigações e de estorvos pessoais. Dizer por aí que votar é cumprir uma ordem é o jeito capcioso de se causar desencanto no eleitorado. Se liberdade é um bem indispensável e fundamental, temos que fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para preservá-la. Comparecer à urna, escolher os candidatos após cuidadoso exame de seus currículos e biografias e votar por respeito às convicções que nos servem de bússola, isso é construir e manter a democracia.

Antônio Scarcela Jorge.

MISS BRASIL - CEARÁ É DESTAQUE NACIONAL

 APÓS 25 ANOS, CEARENSE CONQUISTA O MISS BRASIL.

Melissa Gurgel ganha o título na 60ª edição do concurso e 25 anos após a última vez que uma cearense levou a coroa.

A beleza cearense vai ganhar novamente o mundo em janeiro do ano que vem, quando será realizado o concurso Miss Universo, em Miami (EUA). É que a mulher mais bela do Brasil é do Ceará. Melissa Gurgel, 20, foi coroada na noite do último sábado (27) a Miss Brasil 2014. O evento foi realizado no Centro de Eventos do Ceará.

Há 25 anos uma cearense não conquistava o título. A última foi a modelo Flávia Cavalcante, em 1989. Antes de Flávia, Emília Correia Lima levou o título em 1956 e Vanessa Vidal ficou com o segundo lugar em 2008.

Estudante de Design de moda, modelo, esportista e apaixonada por livros e cinema, Melissa declarou, após sua coroação, que ficou muito feliz com o resultado e destacou o empenho da torcida cearense. Segundo ela, em entrevista ao portal G1, “o que me levou à vitória foi algo que eu aprendi desde o início da vida: que a gente só perde para nós mesmos. A partir do momento que você decide uma coisa com determinação, o que você decide fazer pode ir muito além do que imagina”. Dona de uma beleza exuberante, Melissa recebeu como premiação, além da disputada faixa e da coroa de Miss Brasil, um carro no valor de R$ 40 mil. Tanto a faixa, como a coroa, foram entregues pelas mãos da mato-grossense Jakelyne Oliveira, que levou o título ano passado. A segunda colocação do concurso foi para a paulista Fernanda Leme. Já o terceiro lugar ficou com a potiguar Deise Benício. Ambas ganharam uma viagem para o México. O evento contou com a participação de beldades de todos os 27 estados do País.

Melissa Gurgel disse que ser miss é ter a oportunidade de levar a cultura e as riquezas “do meu Estado para as outras regiões do País, ou até mesmo para outras nações. Ser miss, por meio do meu título, é ser porta-voz de assuntos sérios, como, por exemplo, integrar um grupo chamado ‘Jogue Contra’, que combate a exploração sexual  infantil no Ceará”.
Durante a apresentação do desfile com trajes típicos, Melissa surgiu como Deusa do Sol da tribo Pitaguary. Parte dessa comunidade indígena fica localizada em Maracanaú, cidade onde ela nasceu, localizada na Região Metropolitana de Fortaleza. O look foi criação de Marcelo Lima e Renata Girrá.

“Melissa é linda e iluminada. Desde que a conhecemos, visualizamos nela uma beleza internacional”, avaliou Gláucia Tavares, organizadora do evento. Na visão dela, o título é muito importante para o Ceará: “Foi o 60º concurso de Miss Brasil, realizado aqui no Estado e fazia muito tempo que não ganhávamos. Melissa marca o aniversário do concurso”,  comemora.

Fonte: G1.


CONIVÊNCIA POPULAR COM A CORRUPÇÃO



POLÍTICA – CE.


  - (AQUI PRÁ NÓS O POVÃO 
NEM QUER SABER).

Para o 1º secretário da Confederação Nacional da Indústria, Paulo Afonso, que discursou na festa de posse de Beto Studart na presidência da Fiec, “já chega de tanta corrupção no País”.

E sugere, como uma medida de assepsia, que o próximo presidente – ou presidenta – lidere um projeto de reforma política “que é a mãe de todas as reformas”.

Eleição de dois em dois anos faz mal ao Brasil, à sua economia, ao seu povo, afirma ele.

E depois da reforma política, “que se façam as outras – a previdenciária, a tributária e a trabalhista, para colocar o País no trilho do desenvolvimento sustentável”.

Paulo Afonso lembra que na Justiça do Trabalho há 8 milhões de processos aguardando julgamento.

*Egídio Serpa – jornalista DN.


PRESIDENTE CANCELA COLETIVA - DIA NEGATIVO PARA ECONOMIA - "O POVÃO ESTÁ VIVENCIANDO NO PARAÍSO DO BRASIL DA UTOPIA"

 DILMA CANCELA COLETIVA EM BH EM DIA DE RESULTADOS NEGATIVOS NA ECONOMIA.

Assessoria justificou que presidente estava afônica. Em breve discurso, petista voltou a pedir 'humildemente' o voto dos mineiros.

BELO HORIZONTE - Em dia de resultados negativos na área econômica, a presidente Dilma Rousseff (PT) cancelou coletiva prevista para sua passagem por Belo Horizonte. Ela realizou uma "caminhada" em um conjunto de favelas da capital, o Aglomerado da Serra. Mas a assessoria informou que, por estar "afônica" e ter que preservar a voz para um comício à noite em São Paulo, ela não concederia a coletiva, e faria apenas um pronunciamento em cima do veículo. O Banco Central derrubou a previsão de crescimento para este ano de 1,6% para 0,7%.

Disputando palmo a palmo o voto do eleitor mineiro com o candidato Aécio Neves (PSDB), a presidente voltou nesta segunda-feira a capital mineira para um evento relâmpago. A agenda do tucano, que visitou Minas Gerais oito vezes e quase uma dezena de cidades nos últimos dias, inclui Uberlândia, e a noite também na capital. Ela pediu “humildemente” voto para sua reeleição, e que o eleitor vote no domingo com “consciência, paz e amor no coração”, como já havia dito neste domingo em suas considerações finais durante o debate da Rede Record.

- Vocês devem cuidar para, no próximo domingo, ir votar com consciência, paz e amor no coração. Não podemos deixar que se volte atrás nos empregos e aumentos de salários; agora que o filho do trabalhador pode virar doutor, que o país saiu do mapa da fome, não podemos deixar voltar atrás - discursou a presidente, com a voz entrecortada por uma leve tosse.

- Peço humildemente o voto de vocês para mais uma vez eu me eleger presidente da República, completou Dilma, marcando as sílabas no apelo.

A última pesquisa Ibope traz Dilma com 32% das intenções de votos no estado, empatada tecnicamente com Aécio com 31% e Marina Silva, do PSB, com 20%. Na fala que não durou cinco minutos.

Depois da rápida fala, Dilma desceu da caminhonete e caminhou alguns metros, cumprimentando os moradores do local.

Antes do evento, na quadra de esportes, alguns militantes dançavam com bandeira ao som do jingle "Dilma, coração valente" em ritmo que vai do xaxado ao funk. As redondezas estavam cercadas por policiais militares fortemente armados com metralhadoras. O evento com o candidato do PT ao governo, Fernando Pimentel, estava previsto para 11h30m, mas começou com uma hora de atraso.

Nas últimas semanas Pimentel também foi acometido por forte faringite que o tirou de dois debates nas emissoras locais.

Fonte: G1.


ALIANÇAS PARA O SEGUNDO TURNO

 MARINA TENTARÁ FORMAR AMPLO ARCO DE ALIANÇAS NO SEGUNDO TURNO.

PSB já começa a ensaiar aproximação com Alckmin, Ana Amélia e outros interessados em derrotar o PT.

BRASÍLIA — Mesmo com a queda nas últimas pesquisas de intenção de voto, a campanha de Marina Silva (PSB) continua de olho no segundo turno da disputa presidencial e aposta na conquista dos opositores da presidente Dilma Rousseff, em especial em São Paulo, para chegar ao Palácio do Planalto. Pessoas próximas à candidata já começam a fazer gestões para atrair políticos que podem ajudar a derrotar o PT, principalmente tucanos como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que deverá se reeleger no primeiro turno no maior estado do país.

Desde a semana passada, a própria Marina amenizou as críticas a Alckmin e o distanciamento que vinha mantendo do tucano. Retirou o veto que impunha ao uso de imagens dos dois juntos. Enquanto alguns acreditam que Alckmin cruzará os braços e não ajudará Marina, integrantes do PSB apostam no contrário. O certo é que haverá pressão de socialistas para que Marina saia atrás do voto tucano no segundo turno.

 - Ele (Alckmin) poderia fazer isso (cruzar os braços). Mas é um político pragmático. Sem Aécio no segundo turno, ele é, naturalmente, o nome mais forte do PSDB para 2018. Terá um vice-governador do PSB e tentará influenciar dentro do partido por um apoio, já que, se Marina for eleita, tem o compromisso de não disputar outro mandato , disse um dirigente do PSB.

Na avaliação do PSB, conta a favor de Alckmin o fato de que Marina não concorrerá à reeleição, se chegar à Presidência. Assim, deixará o caminho livre para um sucessor em 2018.

 - Alckmin vai apoiar Marina porque o PSDB sabe que sua eleição será uma oportunidade de romper com a perpetuação de um partido no poder. Ele está fazendo as contas para 2018 — disse o deputado Júlio Delgado, que integra a direção nacional do PSB.

O candidato a vice-presidente de Marina, Beto Albuquerque, terá um papel importante na formação dessas alianças. Em São Paulo, deve se aproximar de Alckmin para garantir apoio do governador de São Paulo em um eventual segundo turno. Deverá fazer o mesmo no Rio Grande do Sul, onde a senadora Ana Amélia (PP), rejeitada por Marina no início da montagem dos palanques estaduais, pode sair vencedora, como apontam as pesquisas de intenção de voto.

 - O segundo turno é o período da disputa eleitoral propriamente dita. Nosso limite de entendimento para alianças no segundo turno é nosso programa de governo. Mas claro que não tem porta fechada para Geraldo Alckmin, disse Beto Albuquerque.

OBJETIVO COMUM

A avaliação do comando do PSB é que a polarização que ocorrerá no segundo turno, em que o objetivo comum dos opositores será o de derrotar Dilma, poderá ajudar na superação das desavenças externadas por Marina. Nesse raciocínio, integrantes da campanha de Marina sonham em também conseguir o apoio de Aécio Neves para o segundo turno. Avaliam que o tucano como presidente nacional do PSDB, deverá conversar em busca de ideias convergentes.

 - O PSDB, fora do segundo turno, fará uma campanha de rejeição à continuidade de Dilma e do PT. Além disso, há pontos programáticos que nos aproximam, como o controle da inflação e a política econômica. Se chegarmos a acordo sobre alguns pontos, não haverá dificuldade de entendimento — disse um integrante da cúpula do PSB.

‘MÁGOA A GENTE SUPERA’

Integrantes da campanha de Marina dizem que, em um segundo turno contra Dilma, a candidata do PSB deverá subir ainda mais o tom dos ataques contra a presidente, estratégia que pode servir de motivo para a aproximação dos demais partidos. O coordenador da campanha de Marina, Walter Feldman, também aposta em aliança com Aécio Neves.

 - O político não pode nunca fechar portas, tem que ter sempre em vista um mandato com unidade para fazer essa transição. A mágoa é um sentimento que a gente supera. A Marina sempre diz que prefere sofrer injustiça a praticar. As coisas com o Aécio vão se reparar , disse Feldman.

Enquanto Marina irá concentrar sua agenda no segundo turno em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais caberá a Beto Albuquerque mergulhar no Rio Grande do Sul, estado em que Dilma é forte, para conquistar o voto de seus conterrâneos. O discurso de Beto irá focar no bairrismo gaúcho, insistindo que Dilma é mais mineira que gaúcha, e destacando todas as promessas não cumpridas que a presidente teria feito para a região.

 - Só tem uma chapa com um gaúcho de verdade, que é a de Marina. Como a chapa de Juscelino Kubitschek com João Goulart de vice, que formou um governo de um líder com visão estratégica com um gaúcho, e fez o Brasil avançar. Mas isso é só mais um item do contexto. Dilma deixou muitas promessas não cumpridas no Sul, como a renegociação da dívida, que leva R$ 2,7 bilhões por ano só de serviço dos cofres gaúchos; não implementou os Frees shops, continua impedindo investimentos na faixa de fronteira, e nem tem ainda o projeto da Ponte do Guaíba , disse Beto.

A campanha pretende também usar o apoio de aliados em Pernambuco para reforçar a votação. Está previsto para amanhã um comício de Marina Silva em Recife ao lado da família de Eduardo Campos e do candidato ao governo, Paulo Câmara. A ideia é usar as imagens no programa de TV para aproveitar a popularidade dos familiares do ex-governador depois de sua morte em acidente aéreo.

No segundo turno, Marina deverá repetir a visita ao estado de seu antecessor.

 - Pernambuco é o estado do Nordeste onde podemos ampliar a diferença para compensar a desvantagem em outros estados da região. Se Paulo Câmara ganhar no primeiro turno, a campanha se mobiliza ainda mais no estado, porque teremos feito barba, cabelo e bigode, disse Beto.

Fonte: G1.


CONDENADO POR CORRUPÇÃO É QUEM MANDA NO BRASIL.

 JOSÉ DIRCEU SE IRRITA COM DECLARAÇÕES DE LUIZ MARINHO SOBRE O MENSALÃO.

Ex-ministro comentou ser inaceitável afirmação de que mau desempenho do PT em SP está ligado à prisão de mensaleiros.

BRASÍLIA - O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu se irritou com as declarações do prefeito de São Bernardo do Campo (SP) e coordenador da campanha de Dilma Rousseff em São Paulo, Luiz Marinho, que atribuiu o mau desempenho dos petistas no Estado à prisão dos condenados no mensalão. Marinho, em entrevista ao Estado de S. Paulo, afirmou que o PT está "penando" entre os eleitores paulistas.

"Além disso, tem a prisão dos companheiros, um conjunto de debates na sociedade que foi muito negativo em São Paulo. É por isso que nós estamos penando na disputa". O prefeito afirmou ainda que a prisão dos correligionários "impactou muito a nossa imagem. Isso é inegável".

Dirceu, que passou o último final de semana em casa, com a família, benefício assegurado a quem cumpre o regime semiaberto a cada 15 dias, se irritou e ficou incomodado com as declarações de Marinho. A alguns amigos, não escondeu seu descontentamento. - É inaceitável. Como ele (Luiz Marinho) diz uma coisa dessas? Afirmou Dirceu a interlocutores.

Marinho se referiu tanto ao desempenho de Alexandre Padilha (PT), candidato ao governo e que na última pesquisa Datafolha, divulgada na última sexta-feira, aparece em terceiro lugar com apenas 9% das intenções de voto, como de Dilma, que tem 27% dos votos dos paulistas, contra 34% de Marina Silva (PSB).

A assessoria de imprensa de José Dirceu negou que o ex-ministro tenha feito comentários durante o final de semana sobre as declarações de Luiz Marinho vinculando o desempenho de Padilha na eleição de São Paulo à prisão dos condenados no mensalão.

Fonte: G1.


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - SEGUNDA-FEIRA, 29 DE SETEMBRO DE 2014

COMENTÁRIO

SCARCELA JORGE

EQUÍVOCO DA PRESIDENTE.

Nobres: - O Brasil real e o país imaginado estiveram presentes, lado a lado, na sessão de abertura da ONU, em Nova York, nos vários aspectos abordados no discurso da presidente da República. Disse a senhora Dilma Rousseff que os brasileiros percebem os avanços sociais representados pelo que definiu como “uma sociedade inclusiva”. Ao mesmo tempo, exaltou no pronunciamento uma política econômica que teria controlado gastos públicos, estabilizado a inflação, proporcionando crescimento e produzido também nas palavras da presidente “uma economia moderna”. Para as lideranças presentes à solenidade, o Brasil apresentado seria uma nação que, apesar da crise mundial, projetou-se à condição de sétima economia mundial. Trata-se de um retrato que deveria ser relativizado. É da tradição que o discurso inaugural da sessão da ONU, concedido a um brasileiro, seja uma oportunidade única de exaltação das virtudes do país. Mas, desta vez, o quadro exibido não teve muita conexão com a realidade. Acerta a presidente ao destacar que o Brasil pode contabilizar conquistas importantes, decorrentes de políticas sociais implementadas não só pelos últimos dois governos, mas há evidente exagero em ressaltar as qualidades de uma política econômica que vem fracassando na tentativa de reverter resultados pouco animadores. O Brasil que retira famílias da miséria é o mesmo país incapaz de superar dificuldades estruturais, nem sempre resultantes do cenário internacional. Nações sem nosso potencial econômico já começaram a reagir aos estragos da quebradeira de seis anos atrás, enquanto continuamos estagnados. Ao contrário do que afirmou a presidente na ONU, ainda somos relapsos no enfrentamento das deficiências da infraestrutura e no atendimento de expectativas básicas de quem produz. O sentimento de parcela expressiva do Brasil privado, que não apareceu no discurso de tom eleitoral na ONU, é de perda de confiança nas políticas oficiais e de insegurança em relação a projetos de médio e longo prazo. A economia travada pelos erros governamentais e pela desconfiança do setor produtivo poderia ter aparecido em nome da fidelidade aos números e à realidade, sem muitos retoques em Nova York. Também é lamentável que, no discurso e em coletiva, a presidente tenha reafirmado a condução errática da política externa brasileira, ao condenar as ações militares contra os bárbaros do Estado Islâmico e, para surpresa da comunidade internacional, defender que os extremistas sejam tratados com diplomacia. Pelo conjunto, a presença do Brasil no evento pode ser resumida como uma sucessão de compressões e equívocos.

*Antônio Scarcela Jorge

Jornalista.

SUCESSÃO PRESIDENCIAL - DEBATE (BATE-BOCA) ELEITORAL

 DILMA VIRA PRINCIPAL ALVO E AÉCIO POUPA MARINA EM DEBATE.

As denúncias de corrupção na Petrobras foram o tema preferencial dos ataques à petista.

Sob a mira constante dos adversários, Dilma, candidata à reeleição pelo PT, pediu por quatro vezes direito de resposta, sendo atendida em somente um deles. As denúncias de corrupção na Petrobras foram o tema preferencial dos ataques à petista, mas ela também foi criticado em outras áreas como segurança pública, política externa e energia.

“Ao longo da minha vida, eu tenho tido tolerância zero com a corrupção”, disse Dilma em uma de suas respostas sobre as acusações de irregularidades na Petrobras.

A presidente disse ter sido “a única” candidata a apresentar propostas de combate à corrupção, como a criminalização do caixa dois eleitoral.

Mas a presidente não gastou seu tempo só para se defender. Ela também criticou seus dois principais rivais em um debate que teve uma série de duelos diretos entre ela, Marina e Aécio.

Contra Marina, a presidente cobrou coerência e acusou a rival de mudar de posição com frequência. Contra Aécio, Dilma rebateu as críticas sobre a economia e disse que o governo do PSDB, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso “quebrou o país por três vezes”.

Já Aécio concentrou sua artilharia muito mais em Dilma do que em Marina, num movimento que foi comentado após o debate pelo coordenador da campanha marineira, Walter Feldman.

“Eu acredito que foi mais leve em relação aos outros debates, mas principalmente nos programas de televisão, a Marinha vinha sendo muito atacada pelo PSDB, o que não é correto do ponto de vista das mudanças que o Brasil precisa fazer que, neste momento, é tirando Dilma”, comentou.

Apesar de ter poupado a candidata do PSB, Aécio usou suas considerações finais para afirmar que Dilma e Marina brigam entre si, embora ele próprio tenha criticado por diversas vezes a presidente.

“Eu me preparei para brigar do seu lado”, afirmou o tucano, dirigindo-se ao telespectador.

PRIVATIZAÇÃO

Dilma, que chegou a olhar algumas vezes para anotações durante suas considerações finais, tentou usar a velha estratégia petista de que o PSDB é favorável à privatização da Petrobras, mas acabou dando a Aécio a chance de atacá-la por conta das denúncias de corrupção na empresa.

“As denúncias não cessam”, disparou o tucano, lembrando que Dilma foi presidente do Conselho de Administração da estatal quando era ministra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Há um sentimento de indignação”, completou.

Outros candidatos também foram para cima de Dilma por conta das denúncias envolvendo a Petrobras, como Levy Fidelix (PRTB) e pastor Everaldo (PSC).

Marina voltou a criticar o que chamou de “boatos e mentiras” que estariam sendo divulgadas a seu respeito pelos rivais e afirmou que a política de Dilma para o setor de etanol foi um “fracasso”.

Sobre as afirmações de que ela acabaria com o Bolsa Família, ela afirmou que, em seu governo, quem decidirá sobre a manutenção do programa será “a sociedade”, mas prometeu que manterá as conquistas alcançadas em outros governos.

Aécio não perdeu a oportunidade para se mostrar mais firme que a candidata do PSB, ao dizer num governo seu, “ serei eu que vou decidir” e garantiu que não somente vai manter o Bolsa Família como vai aprimoro.

Fonte: Reuters.


"BRASIS" - NAÇÃO INDÍGENA MAIS SENSATA

 'POLÍTICO É COMO COBRA GRANDE: QUER ENGOLIR TODO MUNDO', DIZ LÍDER YANOMAMI.

< “Davi Yanomami, em foto de arquivo: mineração é um dos maiores riscos ao seu povo”.

"É costume do branco: ele não tem limite para parar", diz, coroa nas cores preta, amarela e vermelha cuidadosamente ajeitada na cabeça. "Proteção do pajé", explica.

Há mais de 30 anos, Davi viaja pelo mundo em defesa do seu povo. Recebeu o apelido de "Dalai Lama da Floresta Tropical" e foi chave para o reconhecimento oficial da área yanomami na Amazônia em 1992, depois de quase dez anos de luta. O território é duas vezes maior que a Suíça.

Mas nem isso parece lhe dar garantia de que seu povo está seguro. Prova é a desconfiança com que fala de políticos: "É como cobra grande: ela quer engolir todo mundo".

"Os políticos estão querendo acabar com as leis que garantem e que protegem (os índios). Vai piorar", disse em entrevista à BBC em Londres na terça-feira.

"Os políticos nacionais não querem saber de proteger a natureza. Eles querem usar o subsolo. Tem o político pequeno, fraco, que não tem dinheiro. Esses querem proteger. Os grandes não".

Davi vê com receio a possibilidade de que uma lei que regule a mineração em terras indígenas seja aprovada no Congresso. A discussão se arrasta há quase duas décadas, mas não deixa de ser vista por ele como a principal ameaça aos yanomami.

"O maior perigo que estamos vendo é a mineração", diz. "Homem branco olha o brilho da terra. Eles querem arrancar a riqueza".

Perigo dourado

Segundo a organização Survival International, que trabalha com Davi desde os anos 1980, há mais pedidos de mineradoras para explorar o território yanomami do que em qualquer outra área indígena no país. O grupo diz que são 650 requerimentos, que cobrem metade da reserva.

"Ele (o homem branco) faz uma procura de riqueza na terra, cava no buraco, derrubando as árvores e devastando a floresta. Então, para nós, isso é muito perigoso", diz Davi.
"O homem que tem bastante dinheiro, ele quer mais. Homem rico com a mão cheia de dinheiro, ele quer destruir mais. Assim (ele) continua".

Segundo a Survival, há mais pedidos para explorar o território yanomami do que qualquer outra área indígena.

Os yanomami vivem numa reserva na Amazônia cuja área é duas vezes maior que a Suíça.

Em fevereiro, autoridades lançaram uma operação para retirar garimpeiros ilegais de terras yanomami. Cerca de mil deles atuam na área, disse a Survival.

Vieram, então, as tentativas de coagi-lo. Em julho, Davi pediu proteção policial devido a ameaças de morte que teriam sido feitas por homens armados contratados por garimpeiros ilegais, de acordo com a Survival.

Segundo ele, sua associação – a Hutukara – recebeu uma mensagem de que ele não estaria vivo até o final do ano.

'Destruição nos cerca'

Davi nasceu ao redor de 1955 – a data é incerta. É xamã e porta-voz dos yanomami, que vivem isolados na Amazônia, perto da fronteira com a Venezuela. São cerca de 19 mil deles no Brasil.

Aprendeu português já adulto e tornou-se voz respeitada em todo o mundo na defesa indígena. Seu nome é provavelmente mais conhecido fora do Brasil do que dentro dele. Sua palestra na semana passada em Londres teve todos os convites esgotados.

O livro dele, A Queda do Céu, ditado em língua yanomami e que ainda será publicado em português, recebeu boas críticas. A obra revela sua história pessoal, a do seu povo e suas visões sobre o "homem branco".

E são eles que, mais uma vez, preocupam Davi. Ainda pequeno, sua mãe escondeu-o sob um cesto quando homens de fora visitaram seu vilarejo pela primeira vez. Tinha quatro anos. "Ela pensou que eles iriam me levar."

Do contato intensificado com homens brancos, nos anos 1950 e 1960, vieram as doenças que praticamente eliminaram os yanomami. Viu a morte de seus pais. Na década de 1980, milhares de garimpeiros invadiram a área dos índios, e 20% dos nativos morreram vítimas de doenças, segundo a Survival.
Davi diz que não morreu por ser "protegido pelo pajé".

Em 1989, recebeu prêmio da ONU pela defesa do seu povo e passou a viajar o mundo. Descreve sua reserva vista da janela do avião: "Verde, verde, limpa, bonita, sem poluição, os pássaros voando, o vento. É muito bonita e eu quero que as pessoas a deixem".

Se agora ele já está acostumado com grandes cidades, nem sempre foi assim. "Barulho, trens, carros, pessoas" chamaram atenção de Davi em suas primeiras viagens. "E elevadores", diz.

O garimpo deixou de ser uma grande ameaça aos yanomami. O risco, agora, vem de doenças, como as sexualmente transmissíveis, e a construção de estradas e hidrelétricas que possam atingir povos indígenas.

"(Isso é) para melhorar para vocês, para ficar todo tempo iluminado sem parar. É bom para vocês. Para nós, não é bom. Isso é uma destruição que está 'cercando nós'".

Fonte: BBC BRASIL em Londres.