quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUARTA-FEIRA, 14 DE FEVEREIRO DE 2018

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

IMPOSIÇÃO DE GOVERNO

Nobres:

A Câmara dos Deputados sempre foi parceira do governo, principalmente do atual, quando os interesses escusos, as negociatas entre Executivo e Legislativo se entendem e se “confabulam”. Mas o cenário político da Casa em função das eleições deste ano retrocedeu, pondo em “prioridade a reeleição dos deputados em que muitos se agarram ao profissionalismo político visando manter-se de forma vitalícia, como num misto imperial expressando a naturalidade “comum” desta gente. Neste aspecto surgem ‘pseuda’ reformas promovidas pelo presidente Temer e que serão votadas em plenário. “Se vo­tar na Re­for­ma do Te­mer, vo­ta, mas não vol­ta”. Es­tra­nho o tro­ca­di­lho né?! Mais pa­re­ce uma mar­chi­nha de car­na­val. En­ten­dam o pa­no­ra­ma que se en­con­tra a pos­sí­vel vo­ta­ção da re­for­ma pre­vi­den­ci­á­ria: De­pois do Car­na­val, o pa­ís po­de­rá so­frer um du­ro gol­pe com a vo­ta­ção da re­for­ma da Pre­vi­dên­cia na Câ­ma­ra dos De­pu­ta­dos. Mes­mo sem to­do o apoio po­lí­ti­co e po­pu­lar es­pe­ra­do, a equi­pe do pre­si­den­te Mi­chel Te­mer es­tá con­vic­ta de que o tex­to que es­ta­be­le­ce no­vas re­gras pa­ra a en­tra­da na apo­sen­ta­do­ria no Bra­sil se­rá vo­ta­da ain­da nes­te mês de fe­ve­rei­ro. En­tre­tan­to, se a vo­ta­ção não for re­a­li­za­da até o pró­xi­mo dia 28, exis­tem gran­des chan­ces da re­for­ma nau­fra­gar. A ofen­si­va do go­ver­no em prol da re­for­ma é tão gro­tes­ca, que ne­nhu­ma TV bra­si­lei­ra es­tá pro­du­zin­do ma­té­rias equi­li­bra­das so­bre as re­ais con­di­ções da Pre­vi­dên­cia bra­si­lei­ra. Em su­as en­tre­vis­tas, Te­mer e seus ali­a­dos tra­tam os nú­me­ros le­van­ta­dos pe­la CPI da Pre­vi­dên­cia co­mo um equí­vo­co. Na ver­da­de quem es­tá equi­vo­ca­da é a equi­pe do Pre­si­den­te, por não re­a­li­zar um tra­ba­lho de au­di­to­ria mi­nu­ci­o­so so­bre os gran­des gar­ga­los do sis­te­ma pre­vi­den­ci­á­rio e por di­zer que vai com­ba­ter pri­vi­lé­gios sem al­te­rar as re­gras pa­ra po­lí­ti­cos e mi­li­ta­res. Ou se­ja, ape­nas os tra­ba­lha­do­res se­gu­ra­dos do Ins­ti­tu­to Na­ci­o­nal do Se­gu­ro So­ci­al e  os ser­vi­do­res pú­bli­co pa­ga­ri­am a con­ta da má ges­tão de dé­ca­das. A CPI da Pre­vi­dên­cia es­can­ca­rou que o Go­ver­no Fe­de­ral, em 253 pá­gi­nas, er­rou a di­re­ção na pro­pos­ta de re­for­ma apre­sen­ta­da. O ei­xo cen­tral e úni­co da re­for­ma é o de au­men­tar a ida­de mí­ni­ma pa­ra a con­ces­são da apo­sen­ta­do­ria pa­ra 65 anos, no ca­so dos ho­mens, e 62 anos, no ca­so das mu­lhe­res. Co­mo não bas­tas­se, quem pre­ten­de se apo­sen­tar com o be­ne­fí­cio in­te­gral te­rá que con­tri­bu­ir por 40 anos no mí­ni­mo. E os tra­ba­lha­do­res ru­ra­is te­rão que, con­tri­bu­ir por 15 anos. Sem con­tar que a apo­sen­ta­do­ria es­pe­ci­al do ser­vi­dor ape­nas se­rá con­ce­di­da se ele efe­ti­va­men­te ti­ver da­no a sua sa­ú­de (não bas­ta à ex­po­si­ção do se­gu­ra­do ao agen­te no­ci­vo), e não ha­ve­rá mais a ex­clu­são dos 20% me­no­res sa­lá­ri­os de con­tri­bui­ção no cál­cu­lo dos be­ne­fí­ci­os. O cor­re­to se­ria o go­ver­no es­ti­pu­lar me­tas tam­bém pa­ra o equi­lí­brio do sis­te­ma pre­vi­den­ci­á­rio bra­si­lei­ro, co­mo me­ca­nis­mos de com­ba­te às frau­des, mais ri­gor na co­bran­ça dos gran­des de­ve­do­res e o fim do des­vio de re­cur­sos pa­ra ou­tros se­to­res. Se­gun­do a CPI da Pre­vi­dên­cia, a idéia é de aca­bar com a pre­vi­dên­cia pú­bli­ca e cri­ar um cam­po pa­ra atu­a­ção das em­pre­sas pri­va­das. Além dis­so, os relatórios finais dos trabalhos dos senadores identificaram que a pre­vi­dên­cia so­ci­al bra­si­lei­ra não é de­fi­ci­tá­ria. Em re­su­mo, o cha­ma­do rom­bo da Pre­vi­dên­cia não exis­te. Exis­te uma dis­tor­ção no dis­cur­so da equi­pe de Te­mer, em di­zer que o au­men­to de apo­sen­ta­do­ria é prin­ci­pal pro­ble­ma do sis­te­ma. Is­so por­que, ao lon­go dos anos não atuou no com­ba­te da so­ne­ga­ção na área pre­vi­den­ci­á­ria e nem es­ti­pu­lou uma po­lí­ti­ca con­cre­ta de co­bran­ça dos prin­ci­pa­is de­ve­do­res da Pre­vi­dên­cia. Se­gun­do o re­la­tó­rio da CPI, as em­pre­sas pri­va­das de­vem R$ 450 bi­lhões à pre­vi­dên­cia e, pa­ra pi­o­rar a si­tu­a­ção, con­for­me a Pro­cu­ra­do­ria da Fa­zen­da Na­ci­o­nal, so­men­te R$ 175 bi­lhões cor­res­pon­dem a dé­bi­tos re­cu­pe­rá­veis. Ago­ra, por­que se­rá que Te­mer não fa­la so­bre is­so em su­as en­tre­vis­tas na TV? e outros mei­os de co­mu­ni­ca­ção, pois en­tre os gran­des de­ve­do­res da Pre­vi­dên­cia es­tão, gran­des anun­ci­an­tes e cli­en­tes da mí­dia. Por­tan­to, não é um ab­sur­do di­zer que a de­fe­sa da re­for­ma é or­ques­tra­da. En­tre­tan­to, a opi­ni­ão pú­bli­ca não es­tá “com­pran­do” es­te dis­cur­so. Sa­be que a re­for­ma é na­da mais, na­da me­nos, que um “sa­co de mal­da­des” con­tra o tra­ba­lha­dor bra­si­lei­ro. Não exis­te qual­quer ti­po de bô­nus. Exis­te ape­nas o ter­ror po­lí­ti­co e a pres­são em­pre­sa­ri­al, de que não se­rá pos­sí­vel pa­gar as apo­sen­ta­do­ri­as no fu­tu­ro. Dá sim, bas­ta ape­nas co­lo­car a Pre­vi­dên­cia So­ci­al nos ei­xos. E trans­for­mar a re­for­ma nu­ma dis­cus­são mais am­pla, com po­lí­ti­cas pú­bli­cas que re­for­cem as co­bran­ças dos gran­des de­ve­do­res e tam­bém do acom­pa­nha­men­to de to­dos os re­cur­sos, que já des­vin­cu­la­dos dos co­fres pre­vi­den­ci­á­rios. E pe­lo an­dar da car­ru­a­gem, a re­for­ma po­de em­per­rar nas ques­tões po­lí­ti­cas que tan­to des­vi­ram seu re­al fo­co. O ano de elei­ção as­sus­ta os de­pu­ta­dos e também os se­na­do­res que ten­ta­rão sua re­e­lei­ção, mas sa­bem que tem gran­des pos­si­bi­li­da­des de “se vo­tar na re­for­ma do Te­mer, vo­ta, mas não vol­ta”. Exa­ta­men­te, por­que a po­pu­la­ção não es­tá na­da con­ten­te e nem a fa­vor da mu­dan­ça na ida­de mí­ni­ma da apo­sen­ta­do­ria. E, além dis­so, sa­be que o tex­to da re­for­ma ga­ran­te os pri­vi­lé­gios de po­lí­ti­cos e mi­li­ta­res. As reformas estão sendo postas no “ângulo” inverso do que o governo Temer apregoa. Por outro lado a “seita” lulista se aproveita da ocasião apregoa o moralismo, que jamais tiveram  e como padrão, o Deputado José Guimarães, como é natural representante do PT do Ceará, um apêndice incomum no cenário político nacional, para “banda ética” um “moralista, imoral” rindo, “sua cara não nega” com ele aconteceu anteriormente promovendo atos corruptos que macula sua reputação. Em síntese se estabelece o golpe no golpe como central, Lula, Dilma e Temer.   

Antônio Scarcela Jorge.

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